Projeto de Kim Kataguiri propõe fim de frentistas em postos de combustível

A proposta de autoria do deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) propõe acabar com a profissão de frentista em postos de todo o Brasil e é uma emenda dentro da Medida Provisória 1.063, que permite a venda direta de etanol entre usinas e postos.

Kataguiri acredita que abolindo a categoria de profissionais o preço do combustível nas bombas vai cair porque os custos para os donos de postos também tendem a diminuir.

Questionado sobre as demissões, o deputado alega que haverá um período de transição de até 5 anos, quando, supostamente, os trabalhadores passarão por capacitação e serão realocados em novas áreas. O setor tem, aproximadamente, 500 mil pessoas na função.

- Claro que o principal custo da gasolina não está na operação do posto, mas no dólar e na tributação. Mas, sem dúvida nenhuma, o que a gente puder otimizar de custos do posto, melhor. É trabalhar com o sindicato de trabalhadores justamente para pensar em uma fase de transição, para que não seja abrupto, para que não tenha essa adoção imediata - alegou, sem citar que a medida pode aumentar os riscos de assaltos em postos e o de acidentes graves com o autoabastecimento.

O presidente da Federação Nacional dos Frentistas (Fenepospetro), Eusébio Neto, desqualificou a proposta e disse que ela não avalia a segurança das cidades brasileiras.

- O frentista tem um atendimento com melhor qualidade, com segurança, funcionário treinado. Imagina uma pessoa no Brasil, nas cidades violentas como nós temos, ir abastecer seu carro em um posto de gasolina a qualquer hora do dia ou da noite sozinho. Sem dizer também da questão do perigo. Posto de gasolina você vê que a todo momento tem explosão - avaliou.

Uma Emenda desse porte causaria um forte impacto social. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) acredita que agravaria a o desemprego em 15%.

- Além disso, há uma questão da segurança e de saúde pública, visto que lidar com combustíveis requer experiência e treinamento, já que se trata de componentes inflamáveis, tóxicos e, portanto, perigosos – esclarece a nota assinada pela Força Sindical, Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC), Federação Nacional dos Frentistas (Fepospetro) e Federação dos Frentistas de SP (Fenepospetro).

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