CPI da Covid-19 investiga empresa suspeita de repasses ilegais a Renan Calheiros

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid investiga uma empresa que já foi suspeita de realizar repasses ilegais ao relator do colegiado, o senador Renan Calheiros (MDB-AL). Além do congressista, outros líderes do MDB teriam sido privilegiados com depósitos indevidos e, por isso, um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) está aberto apurando o caso.

Quem pediu para investigar a Global, cujo dono é o empresário Francisco Maximiano, foi o próprio Renan Calheiros. Ele justificou que seria necessário à CPI da Covid “levantar informações” sobre a empresa, como dados fiscais, bancários e telefônicos; a fim de que fossem sondadas supostas ilegalidades durante a pandemia do coronavírus. Calheiros pede que sejam verificadas movimentações bancárias até de 2015.

A Global, segundo processo que tramita no Supremo, teria realizado transferências na ordem de R$ 9 milhões para Milton Lyra, que é apontado como operador financeiro do senador.

Embora haja conflito de interesses, a cúpula da CPI faz de conta que não vê o absurdo do óbvio: Calheiros, que é acusado no STF, teria acesso a dados e documentos que foram coletados em ações de busca e apreensão pela Justiça e pode usá-los a seu favor no processo.

A assessoria de Renan Calheiros informou que "é o maior absurdo que se tem notícia" vincular um pedido da CPI ao processo do senador e alegou que o congressista “sequer conhecia Maximiniano antes da CPI e jamais teve operador".

A CPI da Covid, cuja cúpula é composta de senadores de oposição ao Governo Bolsonaro, tem frequentemente quebrados os sigilos dos depoentes em períodos muito superiores ao objeto de apuração da Comissão.

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