CPI da Covid-19 desiste de convocar Queiroga pela terceira vez

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 desistiu de convocar o Ministro da Saúde, o cardiologista Marcelo Queiroga, pela terceira vez no colegiado.

O senador de oposição ao Governo do presidente Jair Bolsonaro, Otto Alencar (PSD-BA), disse que um novo depoimento de Queiroga não acrescentaria em nada o relatório final que, ao que tudo indica, já está pronto e será entregue dia 12 de outubro. Renan Calheiros (MDB-AL) é o relator e deverá encaminhar o documento para a Procuradoria-geral da República (PGR), Câmara dos Deputados e ao Tribunal Internacional de Haia.

- Ficou decidido que não se convocaria o ministro Marcelo Queiroga, até porque ele já foi à CPI por duas vezes. A contribuição que ele daria agora, na minha opinião e da maioria, não seria eficaz ou não brotaria nenhuma informação mais importante para nós. O caso da não vacinação dos jovens, que foi negada pelo próprio governo, já está comprovada e foi dita pelo próprio ministro. Portanto, não vamos convoca-lo - justificou Alencar.
- Na outra semana, tem o feriado do dia 12 e o relator Renan Calheiros vai se aprofundar para apresentar o relatório. Nós já conhecemos parte desse relatório, que tem provas irrefutáveis, vídeos, áudios, e-mails, mensagens de texto, enfim, várias provas que certamente mostrarão ao Brasil que a condução da doença pelo Ministério da Saúde foi muito equivocada. Poderia se fazer muito mais e melhor pelo provo brasileiro e evitar tantos óbitos. Eu acho, inclusive, que isso está bem caracterizado no relatório do Renan, que nós já conhecemos em parte - destacou o senador durante a entrevista.
- Depois de lido, o relatório é avaliado e tem que ser votado, deliberado pela maioria do colegiado, dos 11 representantes. Então ele deverá ser encaminhado à PGR, ao procurador-geral Augusto Aras. Até questiono se ele vai dar segmento ou não. Na minha opinião, ele não tem como não dar seguimento com as provas que nós temos, provas inegáveis de pessoas que participaram disso, estimulando, por exemplo, a imunidade de rebanho. A imunidade de rebanho deu certo em Manaus? Não deu certo. Manaus teve a maior letalidade do mundo, mais de 3% daqueles que tiveram a doença foram a óbito na cidade. Faltou oxigênio, se deu hidroxicloroquina, uma medicação completamente ineficaz - esclareceu.

Antes de concluir a investigação, a Comissão quer ouvir um representante da VTCLog, o diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde (Paulo Rebello) e alguns médicos da Prevent Senior.

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