Carlos Chagas, o brasileiro que disputou o Nobel

Na infância, ele fugiu de um internato para encontrar a mãe, que era cafeicultora. As fazendas da época estavam sendo depredadas pelos escravos recém-libertados. De volta aos estudos, já muito boêmio, foi reprovado no curso de Engenharia.

Decepcionado, foi o tio médico quem o incentivou a seguir a carreira na área. Foi aprovado no curso de Medicina em 1897, na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.

Concluiu a graduação em 1902 e logo começou a trabalhar com o professor Oswaldo Cruz no Instituto Soroterápico Federal, onde desenvolveu pesquisa sobre a malária.

Foi em 1907 que o pesquisador descobriu uma nova espécie do protozoário, o Trypanosoma cruzi, em um sagui. O nome foi uma homenagem ao mestre e amigo com quem laborava.

Um engenheiro de Minas foi o primeiro a lhe contar que um inseto apelidado de “barbeiro” picava o rosto das pessoas durante a noite.

Em 1909, ele conseguiu identificar sintomas da malária em uma menina de 3 anos. Ela tinha febre, anemia e parasita da doença no cérebro e miocárdio.

De posse das novas informações, Carlos Chagas descreveu, detalhadamente, o ciclo da doença e suas complicações para professores e estudantes de Medicina. Foi o único cientista na história da Medicina a descrever completamente uma doença infecciosa: o patógeno, o vetor, os hospedeiros, as manifestações clínicas e a epidemiologia.

Foi indicado 4 vezes ao Nobel de Fisiologia ou Medicina. Nunca foi laureado. Morreu jovem, aos 55 anos, de infarto do miocárdio, no Rio de Janeiro.

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