Dois dias após morrer com Covid, homem consegue transplante de rim

O operador portuário aposentado Ronaldo Cavalcante da Silva, de 49 anos, aguardava há quase um ano uma ligação com a confirmação de um transplante de rim que ele precisava. Mas, o procedimento nem chegou a ser feito porque o homem morreu por complicações da Covid-19, em Santos, no litoral de São Paulo.

A tão sonhada ligação, infelizmente, chegou dois dias após o falecimento dele e coube à esposa, Elen Lemos Miranda, de 44 anos, responder ao hospital.

Ela conta que o marido ficou internado por pouco mais de duas semanas por conta da Covid-19. Ronaldo já havia recebido a primeira dose da vacina contra a doença, mas contraiu o vírus pouco depois.

No início, a família acreditava que poderia ser tuberculose. Mas, após o teste, descobriu que se tratava de Covid-19. Ele precisou ser intubado no dia 30, teve uma leve melhora, porém apresentou uma insuficiência dos órgãos, complicação da doença, e não resistiu.

- Ele lutou bravamente. A gente estava bem empolgado, tinha previsão de extubar depois de tirar o sedativo. Eu vejo que ele não foi um número. Ele foi o grande amor da minha vida - desabafa Elen.

Ronaldo faleceu, na segunda-feira (14), e a família ainda tentava lidar com o luto, quando, dois dias depois, recebeu a ligação sobre o transplante do Hospital do Rim.

- Na hora que eu vi a mensagem, dei um berro na cama, todos vieram correndo, e eu mostrei o celular, já chorando muito, inconformada. Quando li a mensagem, senti como se tivesse aberto um buraco na hora. Depois, pensei que estou em luto, e que tem uma família enlutada pela pessoa que doou os órgãos, mas há uma outra família que já sofreu muito com a hemodiálise, e está esperando isso. Preferi tentar me confortar desse jeito - conta, acrescentando que Ronaldo necessitava de transplante desde 2008.

Após a chamada inesperada, Elen fez um desabafo na web, publicando os prints da conversa com o hospital.

- Depois, mais calma, refleti, entendi que Deus não deixa cair uma folha de uma árvore se não for a vontade dEle. Onde o Ronaldo está, não precisa mais desse rim. Está amparado por médicos de luz. Sinto muito também pela família enlutada do doador(a), que perdeu seu ente querido, e desejo, do fundo do coração, muita saúde para a pessoa que recebeu este rim - concluiu.

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