Chaves: conheça as teorias macabras que rondam o seriado mexicano

A produção mexicana, que marcou gerações, é recheada de mistérios. A começar pelo ano em que o seriado estreou na TV. A data correta de lançamento seria 20 de junho de 1971, mas na internet todas as pesquisas se voltam para fevereiro de 1973.

Essa é apenas aponta do iceberg de mitos que cercam a obra de Roberto Gómez Bolaños (1979-2014), um trabalho marcado por intrigas e teorias macabras. Em uma delas, os fãs acreditam que os personagens estão no Inferno, onde são atormentados por seus pecados.

O certo é que o início do seriado é mesmo confuso. De onde veio Chaves? Com quem ele apareceu? “El Chavo del Ocho” (Moleque ou Pivete do Oito), sabe-se que chegou à vila com uma senhora desconhecida e que mora com ela na casa 8 (e não no barril). Pois bem. Essa senhora seria a própria Morte, materializada por habitar o oito, que deitado vira o símbolo do infinito. Assim, todos na série estariam presos em um ciclo de violência, acusações e rotina, como o fato de Seu Barriga (Édgar Vivar) sempre cobrar 14 meses de aluguel, nunca 15 ou 16, já que o tempo não passa no Inferno.

Os personagens seriam a representação dos pecados capitais e estariam condenados a ficarem naquele espaço pequeno e confuso. Tanto que os raros locais para onde vão, como restaurante, barbearia e parque, fazem parte desse ciclo.

Os demônios responsáveis pela tortura e pelas confusões geradas são aqueles considerados como os sete líderes do Inferno: Azazel (ira), Leviatã (inveja), Belphegor (preguiça), Belzebu (gula), Mamon (ganância e avareza), Asmodeu (luxúria) e Lúcifer (vaidade).

Os personagens reproduzem os comportamentos determinados pela tortura dos seus respectivos demônios. Seu Barriga, por exemplo, é o símbolo da avareza e tem influência de Mamon. Ele paga pelos pecados que cometeu na vida ao receber uma pancada diária de Chaves em sua rotina. Seu Madruga (preguiça), Quico (inveja), Chiquinha (ira), Professor Girafales e Dona Florinda (luxúria) e Chaves (gula) seriam outros exemplos dos pecados da vila macabra.

O pior de tudo é a Bruxa do 71 e o gato chamado Satanás. Dona Clotilde (Angelines Fernández) representa a vaidade. Ainda jovem e bonita, ela se preocupava muito com a aparência em vida e foi condenada a passar a eternidade como uma pessoa velha e feia, comparada a uma bruxa. Por ter tido muitos relacionamentos amorosos em quando viva, ela não arranja mais ninguém no local de tortura. O animal de estimação dela é um caso à parte: uma hora é gato, outras cachorro, significando que o próprio Satanás é Lúcifer, que a acompanha e muda de aparência.

Jaiminho (Raul Padilla), o carteiro, seria o mais curioso e intrigante personagem da vila. Ele seria um médium. As cartas que ele entregava eram mensagens dos vivos para os mortos. O cansaço que ele sempre apresentava era o esforço feito para estabelecer a comunicação psicográfica. Sua cidade natal, Tangamandápio, representaria a Terra.

Todos os outros personagens que aparecem apenas em alguns episódios seriam demônios colocados para dar uma ilusão de normalidade aos pecadores, que não sabem que estão pagando pela condenação eterna.

Mas, isso, claro, são é teoria criada pelo escritor Ademir Luiz, em 2011. Como toda teoria tem falhas, como os episódios da viagem para Acapulco, morte do gato de Quico (Carlos Villagrán) e as viagens feitas por alguns personagens para visitar parentes. Porém, as coincidências, são, realmente, intrigantes.

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