Moraes derruba todos os canais de Allan dos Santos e impede o jornalista de manter o tratamento de saúde da filha

O jornalista investigativo, Allan dos Santos, era proprietário do canal "Terça Livre", um dos portais de notícias, mais influentes do Brasil. Chegou a ter uma equipe considerável sob o seu comando, entre jornalistas, advogados, profissionais do marketing, informática e atendimento. 

Porém, isso tudo mudou, quando o empresário das comunicações resolveu mexer num ponto delicado da nossa frágil democracia: as críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF). Dali por diante, iniciava a "via crucis" do jornalista.

Investigado por organizar supostos "atos antidemocráticos", Allan teve que se mudar para os Estados Unidos em virtude de uma prisão preventiva decretada seis meses depois. Desde outubro de 2021, ele é considerado "foragido" pelo ministro do Supremo, Alexandre de Moraes.

Sem acesso livre aos autos e vinculado a um processo que não tem fim, o jornalista não teve outra saída a não ser fugir do Brasil.

O problema é que, de lá pra cá, Allan dos Santos tem vivido um verdadeiro "inferno" causado por poucos membros do Judiciário brasileiro. Morando em Orlando, na Flórida, em uma casa emprestada, em que faltam móveis e utensílios domésticos básicos, ele teve todas as contas e perfis bloqueados no Brasil e está impedido de atuar na área que sempre garantiu o sustento de sua família: o jornalismo nas redes sociais.

- Não tenho mais nada - afirmou, em recente entrevista à Veja, o rapaz que sobrevive de pequenas doações de amigos e algumas poucas assinaturas remanescentes de seu canal.
- Imagina como se sente um pai que não consegue transferir um dinheiro para a esposa poder comprar um remédio para a epilepsia da filha - acrescentou o jornalista.
- Me sinto absolutamente impotente diante de um tirano, um delinquente que está ocupando a Suprema Corte para destruir a vida de um pai de família - destacou.

De fato, Moraes já está no segundo inquérito das Fake News. O primeiro que ele criou, logo após a ascensão de Jair Bolsonaro (PL) à presidência da República, não deu em nada. Ao contrário, a Polícia Federal concluiu que não havia crimes, nem provas nem como acusar ninguém. Insatisfeito, o ministro teve que encerrar a "investigação" que ele mesmo abriu à revelia do Ministério Público (órgão do qual ele usurpou o poder). Mas, em seguida, ele deu início à outra apuração nos mesmos moldes da anterior. Ou seja: infinita e cujos autos os "acusados" e seus defensores não têm o direito de ler.

Estranho, mas é verdade.

Ao ser questionado como era a vida em solo americano, Allan foi enfático:

- Não está tudo bem. Estou no exílio, na m…rda! Minha filha está se recuperando de uma meningite encefálica. Ela saiu da UTI e agora está fazendo tratamento de fisioterapia, fonoaudiologia... Todo tipo de tratamento. Ela não anda, não come, não ingere líquido. E eu não posso sequer ajudá-la - lamentou.
- Tento sobreviver. Me foi tomado tudo de modo ilegal, inconstitucional e abusivo. A minha empresa, minha conta privada, a conta da minha empresa, toda a minha forma de sustento como jornalista. Estou sendo perseguido. Existe esse inquérito para investigar atos dentro das dependências da Suprema Corte. E eu, sem ter nenhum tipo de foro, estou dentro desse inquérito. De que maneira isso o afetou? Como ser humano, você imagina como se sente um pai que não consegue, por exemplo, transferir um dinheiro para a esposa poder comprar um remédio para a epilepsia da filha? Tudo porque estou inserido num inquérito absolutamente ilegal. Eu sou jornalista. Me sinto absolutamente impotente diante de um tirano, um delinquente que está ocupando a Suprema Corte para pode destruir a vida de um pai de família que está querendo pagar o tratamento da própria filha.
- Consegui uma casa, mas não tenho sofá, rack, concha de feijão, essas coisas. Não tenho wi-fi para trabalhar e sou obrigado a poupar o pacote de dados do meu celular para conseguir falar com minha esposa e com meus filhos no Brasil. Tenho rezado muito por eles todas as noites - finalizou.

A situação de penúria de Allan nos deixa uma dúvida na cabeça: o que poderia ser mais importante para a Justiça brasileira, além do bem-estar e da saúde de uma criança inocente?

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