Presidente do Cremerj, que apurava comportamento abusador de anestesista, se afasta do cargo por acusação de assédio sexual

O médico Clóvis Munhoz, atual presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), decidiu pedir afastamento do cargo em virtude de sindicância que apura denúncia de assédio sexual contra ele.

A denúncia é de 2021, mas o assunto voltou a ficar em evidência porque o Cremerj é o responsável por avaliar as más condutas dos médicos, incluindo a do anestesista Giovani Quintella, flagrado colocando o pênis na boca de uma parturiente que estava totalmente anestesiada.

Munhoz, que suspendeu o registro do colega impedindo que ele atue na área, é acusado de assédio sexual por uma técnica de enfermagem, que afirmou ter ouvido dele frases como: "você está muito quente". Além de presenciar palavras e gestos obscenos, enquanto ele realizava uma cirurgia.

A jovem de 26 anos foi à polícia e registrou um Boletim de Ocorrência contra o ortopedista e contou aos policiais que, no Hospital Glória D'Or, na Zona Sul do Rio, onde o médico trabalha, ele é conhecido por ser desrespeitoso com o público feminino.

O delegado titular da 9ª DP, Rafael Barcia, que investiga o caso, disse que, até o momento, tem "vestígios reais" sobre a postura do médico. Mas, se conseguir comprová-los, fica configurado o crime de assédio.

- Não terminei o inquérito, mas, em tese,  o comportamento do médico, como chefe da técnica, causando esse tipo de constrangimento de cunho sexual, configuraria crime de assédio. Não posso falar que vou indiciar o acusado, mas há elementos bem razoáveis no inquérito para se fazer uma convicção - explicou.

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