Bruno Dantas ignora relatório técnico do TCU e condena procuradores da "Lava-Jato" a reembolsar quase R$ 3 mi ao Estado

A 2ª Câmara do Tribunal de Contas da União (TCU) confirmou, nesta terça-feira (9), condenação aos procuradores da operação anticorrupção "Lava-Jato", que os obriga a reembolsar à União em R$ 2,8 milhões.

O TCU, sob o comando do ministro Bruno Dantas, aquele que esteve em jantar com Renan Calheiros (MDB-AL) e Lula (PT) em fevereiro deste ano, considerou o ex-Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, e o ex-coordenador da Força-Tarefa, o ex-procurador, Deltan Dallagnol, e João Vicente Beraldo Romão, procurador-chefe da Procuradoria da República do Paraná, responsáveis pela autorização de hospedagens e passagens que o órgão acredita serem extravagantes.

A opinião de Dantas foi acompanhada por mais dois ministros. Ele acusa os ex-procuradores de "praticamente dobrar" os gastos porque a operação "Lava-Jato" se perdurou por sete anos.

O ministro substituto, André de Carvalho, que não tinha poder de voto, rebateu as acusações contra os ex-procuradores e disse que nada de ilegal havia com as despesas.

- Louvando muitíssimo o ministro relator por toda a sua coragem, num momento em que o Brasil não condena todos aqueles que desviaram dinheiro público, mas busca condenar aqueles que trabalharam arduamente na defesa do patrimônio público, por sua coragem, eu elogio o ministro Bruno Dantas - ironizou o colega, que o interrompeu e alegou que ele estava "criando confusão".

Bruno Dantas interrompeu a fala do colega e disse que ele não votava.

Os ex-procuradores da "Lava-Jato", em nota de 2021, esclareceram "que as diárias e as passagens aéreas referidas foram autorizadas de acordo com os parâmetros legais e normativos, durante a gestão de três diferentes procuradores-gerais da República. Além disso, em todo esse período, nunca foi apontada pela auditoria interna ou pelas autoridades administrativas do MPF qualquer ilegalidade em seu custeio".

Cabe recurso da decisão, que pode tornar Deltan Dallagnol inelegível para o pleito deste ano.

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