Mais de 100 entidades se manifestam contra operação da PF que mirou empresários

Representantes das indústrias e de entidades ligadas a empresários emitiram nota, nesta sexta-feira (26), em defesa da liberdade de expressão no Brasil; depois que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, autorizou que a Polícia Federal efetuasse busca e apreensão em endereços ligados a oito grandes empresários brasileiros. Entre os executivos, estavam Luciano Hang (Lojas Havan) e Afrânio Barreira (Restaurantes Coco Bambu). Todos eles são apoiadores do Governo Bolsonaro.

As Federações das Indústrias de São Paulo, Rio Grande do Sul e Bahia soltaram nota afirmando que defendem o Estado Democrático de direito ainda existente no Brasil e que, por isso, não concordaram com a ação; já que os comentários dos executivos foram feitos em grupo restrito de WhatsApp.

A Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil, a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo e da Associação Comercial de São Paulo também se surpreenderam com a postura do ministro e manifestaram "perplexidade e preocupação com as medidas extremas".

- A CACB manifesta sua perplexidade e preocupação com as medidas extremas, como o bloqueio de contas bancárias e outras medidas coercitivas sob o fundamento, segundo noticiado, de que haveria verificado opiniões que indicariam “ameaças à ruptura institucional”, sem que se apresente qualquer demonstração de que tais manifestações possam concretamente colocar em risco o Estado Democrático de Direito, com “emprego de violência e ou grave ameaça – disse documento das três entidades, assinado pelo empresário Alfredo Cotait Neto.

A Associação Comercial do Rio de Janeiro lembrou que Moraes não poderia ter autorizado a operação; uma vez que as conversas haviam sido expostas em grupo privado, "não configurando qualquer ameaça" às instituições.

- É absolutamente irrazoável que conversas em redes privadas – insuscetíveis, por isso, de configurar qualquer ameaça – ainda que em termos veementes, recebam a resposta extremada que sofreram - afirma o texto. 

José Antonio do Nascimento Brito, presidente da ACRJ, ainda disse que, embora a entidade não emita juízo de valor sobre a decisão, "tem o dever de testemunhar a coragem e a competência de empreendedores que arriscam seu patrimônio e seu trabalho colaborando com a riqueza do país”.

- O Brasil precisa de paz e de harmonia para que possamos construir um futuro de prosperidade e desenvolvimento, com segurança às empresas e empreendedores e temos a convicção de que o STF precisa ser o catalisador desse processo - finaliza Brito.

Outras 100 entidades de Santa Catarina também deram apoio às demais e assinaram um manifesto.

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