Boric diz que "América Latina deve agir para prevenir golpe no Brasil"

O presidente de esquerda, recém-eleito no Chile, o ex-líder estudantil Gabriel Boric, em tom de ameaça, afirmou que a "América Latina tem que reagir em conjunto"; caso o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) não aceite o resultado das eleições no Brasil.

Boric concedia entrevista à revista Time, nesta quarta-feira (31), e foi questionado sobre o que faria para "ajudar a democracia" no país vizinho.

- Foi muito esperançoso ver a carta de São Paulo, que tem um milhão de assinaturas a favor da democracia, com a transversalidade dos signatários. Foi um sinal poderoso da sociedade civil brasileira. Se houver uma tentativa como aconteceu, por exemplo, com a Bolívia, onde se acusou de fraude que não foi, e um golpe de Estado foi validado, a América Latina tem que reagir em conjunto para colaborar na prevenção - sugeriu o jovem.

A fala do chileno é considerada uma retaliação ao comentário de Bolsonaro durante o primeiro debate entre os presidenciáveis no Brasil. Na ocasião, líder brasileiro afirmou que Lula apoiava ditadores e presidentes controversos em várias partes do mundo, como "Boric, que queimou o metrô" durante protestos antes de assumir a presidência do país.

Boric ficou frustrado por ter sido mencionado no debate e, no dia seguinte, convocou o Embaixador do Brasil em Santiago, Paulo Roberto Pacheco, e pediu explicações sobre o caso.

Bolsonaro rebateu o esquerdista e disse que não exagerou por ter falado a verdade.

- É a maneira que ele tem de demonstrar insatisfação comigo. Se exagerei ou não, não deixei de falar a verdade - disparou o brasileiro, acrescentando que a nova Constituinte do Chile, proposta por Boric, "vai na contramão do que qualquer país democrático quer".

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