Ignorando que houve CPI da Pedofilia no Pará, MPF do estado dá três dias para governo explicar falas de Damares

O Ministério Público Federal (MPF) solicitou, nesta terça-feira (11), que o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, cuja ministra era Damares Alves, detalhe todos os casos de abuso infantil do qual tinha conhecimento. A ideia do órgão é tentar flagrar a pastora evangélica e o atual presidente Jair Bolsonaro em crime de prevaricação.

O pedido ocorre logo depois que a ministra testemunhou em um templo da Assembleia de Deus que o Governo Federal tomou conhecimento de vários casos de abuso infantil envolvendo a Ilha do Marajó, no Pará. Para tentar resolver o caso, o Executivo Nacional tentou fechar parcerias com empresas privadas para desenvolver a região e evitar os crimes.

- Nós temos imagens de crianças brasileiras com quatro anos que, quando cruzam as fronteiras sequestradas, tem os seus dentinhos arrancados para elas não morderem durante o sexo oral. Essas crianças comem comida pastosa para o intestino ficar livre para hora do sexo anal - contou a advogado e, agora, senadora pelo Distrito Federal.

O procurador federal Carlos Alberto Vilhena disse ter recebido com "preocupação e perplexidade" a fala de Damares, mas esqueceu que, em 2010, a CPI da Pedofilia, que era comandada pelo senador Magno Malta (PL-ES), desenrolou o espectro deplorável da prática no Pará; tendo sido os casos e relatório final de amplo conhecimento não só das autoridades paraenses quanto nacionais.

O Pará, segundo a CPI, liderava os crimes sexuais contra crianças e a Comissão identificou 143 municípios onde houve abuso infantil notificado.

Somente de 2004 a 2008, foram registrados 3.558 casos de pedofilia no estado, sendo 3.057 contra meninas e 501 contra meninos. Desse total, 688 crimes aconteceram com crianças com menos de cinco anos de idade, apontou o documento.

Entre os acusados, prefeitos, deputados, conselheiros de tribunais de contas e até mesmo conselheiros tutelares.

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