Mourão manda recado a Moraes: "Pode abaixar tua bolinha aqui"

O ex-vice-presidente da República e, agora, senador eleito pelo Rio Grande do Sul, Hamilton Mourão (Republicanos), afirmou, nesta sexta-feira (21), que vai lutar no Congresso Nacional para que o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) seja pautado.

Em entrevista concedida ao Estado de S. paulo, Mourão disse que há, sim, motivos para que o Senado avalie a possibilidade de pedir a demissão de alguns magistrados que estão abusando do seu poder.

Em comentário sobre o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e também ministro do STF, Alexandre de Moraes, Mourão declarou que ele "ultrapassou todos os limites" ao ser, ao mesmo tempo, "Investigador, denunciador e parte ofendida"; o que, de forma nenhuma, é permitido em lei.

- Eu acho que ele ultrapassou o limite do poder dele. A Corte poderia dizer ‘Alexandre, pode baixar tua bolinha aqui. Está errado isso que você está fazendo. Não vamos aprovar essas tuas medidas - avisou.
- Isso tá errado. O devido processo legal não está sendo respeitado aqui no nosso país. Essa é a realidade das ações do Alexandre Moraes. No momento em que ele pega uma reportagem de um meio de comunicação que, há dois anos, ele disse que só falava fake news e usa aquela reportagem para fazer busca e apreensão na casa das pessoas - e busca e apreensão é a decisão mais grave que você pode ter em relação a uma pessoa -, bloqueia as contas das pessoas. Ele ultrapassou o limite do poder dele, e competiria ao restante da Corte dar um freio nele, mas a Corte não está fazendo isso - acrescentou.

A postura intransigente de Moraes foi alvo das críticas até da colega dele, ministra Cármen Lúcia. Ao votar sobre pedido de censura a perfis e jornais de direita, a magistrada disse:

- (A censura) pode ser remédio ou veneno - avaliou a juíza.

E completou:

- Mas, eu vejo isso como uma situação excepcionalíssima e que, sim, de alguma forma isto se comprovar como desbordando para uma censura, deve ser imediatamente reformulada esta decisão no sentido de se acatar integralmente a Constituição e a garantia da liberdade de ausência de qualquer tipo de censura - alertou.

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