Reprodução de arara-azul no Brasil é marco para o futuro da espécie

Em abril deste ano, o primeiro filhote de arara-azul nasceu na região da Caatinga baiana, um ano após a chegada de 52 filhotes que se encontravam em um criadouro na Alemanha. O nascimento de um novo filhote marca um importante capítulo na busca pela reintrodução da espécie na natureza.

Desde os anos 2000, arara-azul é considerada extinta no Brasil, pois não foi mais vista na naureza. Ela passou a existir somente em cativeiros privados.

- O nascimento do primeiro filhote de arara-azul na Caatinga é um marco histórico. Ter esse centro de reprodução na Caatinga e araras começando a se reproduzir interagindo com as aves da natureza é extremamente importante e significa um alento e um futuro azul para a Caatinga - afirma a doutora Neiva Guedes, do Instituto Arara-Azul.

A extinção da arara-azul sempre esteve ligada ao tráfico de animais e à perda de hábitat que, ainda hoje, prejudicam a sobrevida de muitas espécies.

- A maior ameaça das espécies é o que chamamos de perda de hábitat, que é a perda do ambiente natural onde a espécie ocorre. Essa alteração do ambiente pode chegar ao ponto que esse ambiente já não é mais educado para a existência da espécie. Com isso, podemos chegar a pequenos remanescentes desse ambiente adequado onde a espécie consegue sobreviver. Infelizmente, a grande maioria da perda de habitat é causada pela ação humana - explica a professora Cristina Yumi, do Instituto de Biociências da USP.

Para proteger a espécie, os animais encontravam-se em um cativeiro alemão, a Association for the Conservation of Threatened Parrots (ACTP). A organização assinou uma parceria com o governo brasileiro. A repatriação das aves faz parte do Plano de Ação Nacional para a Conservação da Arara-Azul.

Garantir que uma espécie se reproduza não é uma tarefa tão fácil. A professora Cristina explica o que está por trás desse processo.

- Esse sucesso reprodutivo depende de condições nutricionais e de saúde de cada indivíduo e, no caso de algumas espécies, é necessário também que os indivíduos tenham compatibilidade. Ou seja, eles têm que ter alguma ligação afetiva. Às vezes, a reprodução não tem sucesso porque o par não se gosta - explica.

Agora, as arara-azuis devem ser reintroduzidas na natureza ainda este ano, após um período de quarentena para adaptação e treinamento.

Informações: Jornal da USP

Siga o Jornal O Republicano nas redes sociais:

Facebook: O Republicano | Facebook

Twitter: @_ORepublicano

Instagram: @_ORepublicano