Pesquisa revela que Vape eleva em 19% a chance de insuficiência cardíaca

O emprego de vapes e cigarros eletrônicos pode elevar em até 19% o risco de se desenvolver insuficiência cardíaca. Essa conclusão é de uma pesquisa que será divulgada no encontro anual da American College of Cardiology neste domingo (7/4), com alguns dados sendo liberados antecipadamente para jornalistas.

A condição cardíaca mencionada é uma enfermidade severa que compromete a circulação do sangue. No Brasil, estima-se que afete aproximadamente 2 milhões de indivíduos, exigindo em seus estágios mais avançados um transplante cardíaco. O apresentador Faustão é um dos que passaram por essa situação.

Segundo o estudo conduzido pelo especialista em cardiologia Yakubu Bene-Alhasan, o consumo de nicotina em forma de aerossol, característico dos vapes e similares, prejudica significativamente a saúde cardiovascular.

“Existe ainda uma percepção equivocada de que tais dispositivos são seguros, contudo, a variação na saúde observada foi considerável”, explicou Bene-Alhasan em um anúncio.

Detalhes da pesquisa

No âmbito deste estudo, foi utilizada uma ampla gama de dados de pesquisas e registros de saúde eletrônicos do All of Us, um projeto que compila informações de saúde de adultos americanos. Dos 175 mil participantes estudados ao longo de 45 meses, 3,2 mil apresentaram insuficiência cardíaca.

Ao comparar o grupo de usuários de vape com os não usuários, identificou-se um aumento de 19% na probabilidade de desenvolvimento dessa condição nos usuários de cigarros eletrônicos.

O estudo vinculou especificamente o uso desses dispositivos a um tipo de insuficiência denominado fração de ejeção preservada (ICFEp), que causa um endurecimento do músculo cardíaco, impedindo que o coração se encha adequadamente. Essa condição, historicamente relacionada ao envelhecimento, principalmente em mulheres, e a doenças crônicas como diabetes e hipertensão, agora também é associada ao uso de vapes.