Bolsonaro lança dúvida sobre urnas e contagem dos votos: “Quem vai julgar? Os mesmos que tiraram o Lula da cadeia, que o tornaram elegível?”

O presidente Jair Bolsonaro lançou sérias dúvidas sobre a segurança do sistema eleitoral brasileiro, na live que fez ao vivo, na noite desta quinta-feira (29).

Durante a transmissão de mais de duas horas, argumentou que teria indícios – e não provas – de que houve fraude nas eleições de 2018. Ele mostrou vídeos retirados da internet, trechos de reportagens e contagens de votos exibidas em emissoras de TV, com “tabelas-padrão" na apuração dos votos.

- Não temos provas. Vou deixar bem claro. Mas, indícios que eleições para senadores e deputados pode ocorrer a mesma coisa. Por que não? - questionou nas redes sociais.

Bolsonaro relatou casos de eleitores que não teriam conseguido votar nele em 2018.

- Pessoas que, no dia das eleições, foram votar e o nome do seu candidato não apareceu na tela. Por incrível que pareça, as reclamações só tinham uma mão. Queria votar no dia 17 e aparecia nulo ou automaticamente o 13. Quem queria votar no dia 13, não aparecia 17 nem nulo - criticou.

Por esses motivos, o presidente defendeu a impressão obrigatória do voto eletrônico; para que haja "contagem pública" e não uma apuração em "sala secreta" do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) comandado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), o seu desafeto Luis Roberto Barroso. Ele também alertou para os riscos de uma eventual vitória do ex-presidente e ex-presidiário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na disputa de 2022, depois que o Supremo o tornou elegível para o pleito.

- Tenho mostrado onde esse outro lado esteve há pouco tempo e quer retornar. Nos países que eles apoiaram, onde estão esses países? Nem vou falar mais de Cuba ou de Venezuela. Falemos o que acontece na Argentina. Esse regime que esse senhor defende não deu certo em nenhum outro lugar do mundo. Nós estamos numa pátria maravilhosa. Ninguém tem o que nós temos. Que seja decidido o futuro do Brasil com eleições democráticas, por votos contados, de forma pública. Por que querem manter tudo secreto? - afirmou.

Em outro momento, Bolsonaro exibiu o vídeo de um jovem que simulou o funcionamento de um programa falso de votação, que ele mesmo criou. Nele, votos poderiam ser desviados para outro candidato, mesmo que o eleitor digite o número do seu candidato.

- Isso aconteceu largamente por ocasião das eleições de 2018. Tem vários vídeos demonstrando isso daí. Exatamente o que está aí. E agora, a gente pergunta: vamos deixar isso continuar acontecendo? Acabando as eleições, a gente vai judicializá-la. Quem vai julgar? Os mesmos que tiraram o Lula da cadeia, que tornaram elegível, que contaram os votos dele - argumentou.
- Querem deixar eleições sem qualquer maneira de ser auditada? Eleições que podem ser mais que suspeitas? Por que o temor do senhor Barroso? O que tem conversado com alguns para convencê-los tão rapidamente que esse sistema é preciso, é confiável? - disse.

Em seguida, Bolsonaro exibiu momentos em que emissoras de TV apresentaram resultados parciais de intrigantes, com regiões quase totalmente apuradas e outras quase nada registradas.

Um homem identificado como Eduardo disse que, pela lógica, Jair Bolsonaro deveria ter vencido as eleições de 2018 no primeiro turno, visto que, no Sudeste, as pesquisas indicavam que ele teria mais votos que Fernando Haddad (PT). Porém, essa foi justamente a região que mais demorou para ser apurada.

- Pessoas especialistas no assunto, de matemática, probabilidade e estatística, buscaram um padrão. Buscaram saber se existia algum padrão. Que as curvas de Aécio e Dilma, Aécio começou lá em cima, a Dilma lá em baixo. E elas foram se aproximando. Quando se cruzaram, estabeleceu-se padrão dali para a frente. E não tem padrão em eleições - disparou, voltando a firmar que as eleições de 2014, para a presidência, possivelmente, foram fraudadas.

Por fim, informou que o ministro da Justiça, Anderson Torres, enviaria a tabela para análise da Polícia Federal e que os relatórios dos peritos contratados contém sugestões para o "aprimoramento do processo eleitoral brasileiro".

Em junho, a autora da PEC do voto impresso, deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), já havia denunciado que "a urna eletrônica brasileira é o único sistema eleitoral fraudável que não deixa rastros"’, após visita ao TSE e conversa com técnicos do Tribunal.

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