Assassinato de assessor parlamentar no Rio: vídeo mostra policial atirando à queima-roupa

Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que o policial civil Raphael Pinto Ferreira Gedeão atirou à queima-roupa no empresário e assessor parlamentar Marcelo dos Anjos Abitan da Silva, de 49 anos. O crime ocorreu após uma discussão sobre uma parada irregular na entrada de um hotel na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.

O policial, que está preso e responderá por homicídio, alega legítima defesa, enquanto a família da vítima contesta essa versão.

O que mostram as imagens

As câmeras registraram toda a dinâmica do crime. Na madrugada de 19 de janeiro, Raphael tentava acessar o hotel onde morava, mas, sem conseguir, deixou sua caminhonete preta parada na entrada. Poucos minutos depois, Marcelo chegou ao local, estacionou atrás do veículo e começou a buzinar.

Ao ser informado sobre a situação, Raphael voltou ao estacionamento, onde começou a discutir com Marcelo. As imagens mostram que, durante o desentendimento, o assessor parlamentar caminhava lentamente em direção ao policial, quando Raphael sacou uma pistola e apontou para ele.

Mesmo assim, Marcelo continuou avançando, momento em que o policial efetuou o primeiro disparo, atingindo sua barriga. A vítima gritou de dor e tentou se afastar, mas foi baleada mais duas vezes nas costas.

Repercussão e investigações

Testemunhas relataram que, antes de morrer, Marcelo questionou: "Pra que isso?". Outra pessoa no local teria dito ao policial: "Irmão, desnecessário", ao que Raphael respondeu: "Tentei falar com ele e agora deu nisso aí. Agora, chama a polícia".

Após o crime, Raphael permaneceu no local por cerca de 10 minutos antes de fugir. Ele trocou de roupa, tentou sair pelo portão principal do hotel – que foi bloqueado por um funcionário –, mas forçou a passagem e quebrou a cancela.

A Polícia Civil solicitou sua prisão e destacou que o crime foi motivado por uma discussão banal, com extrema desproporcionalidade. Raphael se apresentou à polícia dias depois e foi encaminhado para a Cadeia Pública Constantino Cokotós, em Niterói, destinada a policiais civis e penais.

O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) confirmou que Marcelo morreu devido a uma hemorragia interna provocada pelos disparos. Os projéteis atingiram órgãos vitais, como fígado, rim, pâncreas e intestinos.

Reação da família e autoridades

O caso gerou grande comoção. O procurador-geral de Justiça do Rio, Antônio José Campos Moreira, classificou o crime como uma "brutalidade" e garantiu que as investigações terão total transparência para a família da vítima.

Marcelo, que trabalhava como assessor da vereadora Vera Lins (Progressistas), estava hospedado no hotel com a família desde o réveillon. Em nota, seus parentes afirmaram que estão inseguros e aguardam o fim das investigações, pedindo que "a justiça seja feita".

Enquanto isso, a defesa de Raphael sustenta que ele agiu em legítima defesa para repelir uma "agressão iminente". O caso segue em segredo de Justiça.

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