Haddad busca investimentos no exterior enquanto Brasil sofre com tarifa dos EUA e excesso de burocracia
LOS ANGELES (EUA) – Em meio à escalada da guerra tarifária impulsionada pela nova gestão de Donald Trump, o ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, encontrou-se neste domingo (4) com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent. O encontro, realizado em Los Angeles, ocorreu fora da agenda inicial do ministro, que viajou aos Estados Unidos em busca de investidores interessados em centros de dados e inteligência artificial no Brasil.
Essa foi a primeira reunião presencial entre Haddad e Bessent desde que Trump assumiu a presidência em janeiro, promovendo uma agenda econômica de proteção à indústria americana — movimento que impôs desafios aos países que, como o Brasil, dependem de exportações e sofrem com o peso da máquina pública e da tributação interna.
O ministro brasileiro admitiu que o foco comercial do governo está sob responsabilidade do vice-presidente Geraldo Alckmin, mas indicou que há interesse por parte dos Estados Unidos em abrir diálogo. As sobretaxas aplicadas pelos EUA sobre produtos brasileiros — como os 25% sobre aço e alumínio — prejudicam ainda mais a competitividade nacional, já enfraquecida por uma política interna que desincentiva a produção e o investimento privado.
Enquanto tenta mostrar aos investidores estrangeiros uma imagem “moderna” do Brasil — com foco em energias renováveis e desoneração seletiva para setores de tecnologia — o governo ainda não apresentou propostas claras de desburocratização, reforma tributária profunda ou respeito às regras de mercado que atraiam capital de forma consistente e sustentável.
Haddad participará de eventos promovidos por instituições privadas, como o Instituto Milken, e terá reuniões com executivos do Google, Nvidia e Amazon. No entanto, parte do mercado encara com ceticismo o esforço de um governo que, internamente, insiste em aumentar o controle estatal sobre setores estratégicos, e no exterior, busca mostrar uma face liberal que não condiz com sua prática.
A viagem continua com passagem pelo México, onde Haddad se reunirá com o secretário do Tesouro local, Edgar Zamorra. A promessa oficial é de aprofundamento das relações bilaterais, embora os resultados práticos ainda sejam incertos, diante das contradições na política econômica adotada pelo governo brasileiro.
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