Gilmar Mendes ignora denúncia de falsificação e mantém presidente da CBF no cargo

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou nesta quarta-feira (7) o pedido de afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), mesmo diante de sérias suspeitas de irregularidades.

O pedido havia sido protocolado pela deputada federal Daniela Carneiro (União Brasil-RJ) e por Fernando Sarney, vice-presidente da entidade. A principal alegação era a possível falsificação da assinatura de Antônio Carlos Nunes de Lima, ex-dirigente da CBF, no acordo que selou a permanência de Ednaldo no comando da entidade. Nunes, que enfrenta problemas de saúde desde 2023, não teria condições mentais de ter assinado qualquer documento de forma voluntária.

Apesar da gravidade da denúncia, Gilmar considerou o afastamento "incabível juridicamente" e afirmou que a decisão anterior já não tem mais validade. "Não há que se falar em reconsideração da decisão cautelar", disse o ministro, minimizando o conteúdo das novas evidências.

Mesmo mantendo Ednaldo no cargo, Mendes determinou que a Justiça do Rio de Janeiro investigue a suposta falsificação — um gesto interpretado por críticos como tentativa de conter a pressão, sem realmente enfrentar a crise instalada na cúpula da CBF.

A manobra que blindou Ednaldo começou em fevereiro, quando o próprio Gilmar homologou um acordo costurado entre dirigentes da CBF e a Federação Mineira de Futebol (FMF), ignorando decisão anterior do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), que havia destituído o presidente da entidade após identificar ilegalidades no processo eleitoral da CBF.

O caso escancara a crescente interferência do Supremo em temas que deveriam ser resolvidos nas instâncias inferiores e reacende o debate sobre a politização do Judiciário, especialmente em assuntos que envolvem grandes interesses e estruturas de poder como a CBF.

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