Zelensky cede à pressão e admite negociar diretamente com Putin

KIEV — Após mais de três anos de um conflito devastador, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky anunciou neste domingo (11) que está disposto a iniciar negociações diretas com o presidente russo, Vladimir Putin. O anúncio, feito em uma publicação na rede social X, ocorre em meio ao crescente isolamento diplomático da Ucrânia e à pressão de aliados ocidentais por uma solução negociada.

O encontro, segundo sinalizações do Kremlin, pode ocorrer já nesta quinta-feira (15), em Istambul, cidade que volta a ocupar papel estratégico na mediação do conflito. A Turquia, membro da OTAN com laços diplomáticos equilibrados entre as partes, reiterou estar pronta para sediar as conversas.

Putin propôs o retorno das negociações sem pré-condições, classificando a retomada do diálogo como urgente diante da possibilidade de novas sanções europeias. A União Europeia ameaça impor novas restrições à Rússia caso não haja uma trégua imediata de 30 dias — exigência considerada por Moscou como “pressão externa artificial”.

Zelensky, até então resistente a qualquer diálogo sem cessar-fogo prévio, disse enxergar na proposta russa um “sinal positivo”, embora continue exigindo a suspensão imediata dos combates. “Não há razão para prolongar as mortes”, afirmou.

Trump cobra pragmatismo da Ucrânia

O ex-presidente dos Estados Unidos e pré-candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, foi direto ao ponto: quer que Kiev aceite o convite de Putin para negociar — mesmo sem prévias condições. Em publicações na plataforma Truth Social, Trump criticou a hesitação ucraniana e reforçou a urgência de um acordo.

“Putin quer negociar o fim do BANHO DE SANGUE. A Ucrânia precisa aceitar isso IMEDIATAMENTE. Estou começando a duvidar que Zelensky queira de fato a paz. FAÇAM A REUNIÃO, AGORA!”, escreveu o ex-presidente americano.

Trump, que durante seu governo evitou o envolvimento direto dos EUA em novos conflitos internacionais, tem defendido desde o início da guerra uma solução baseada em acordos bilaterais e responsabilidade diplomática.

Igreja clama por paz

Do Vaticano, o novo papa Leão XIV usou sua primeira bênção dominical para reforçar o clamor por uma “paz justa e duradoura”. Diante de milhares de fiéis na Praça de São Pedro, o pontífice reiterou a posição histórica da Igreja Católica contra a guerra.

“No cenário dramático de uma Terceira Guerra Mundial fragmentada, repito o apelo: guerra nunca mais”, declarou o papa.

Enquanto tropas russas ainda operam no leste ucraniano, cresce o apelo mundial por uma solução negociada. Com a possível reabertura do diálogo direto entre Kiev e Moscou, a expectativa agora recai sobre a disposição real dos líderes em colocar fim ao conflito — e sobre quem está, de fato, interessado em garantir a paz.

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