Gilmar defende limites em investigações e tenta desviar foco de pautas contra o STF

Em mais uma fala que ecoa antigas críticas à Operação Lava Jato, o ministro Gilmar Mendes voltou a se posicionar contra investigações longas demais envolvendo lideranças políticas, alertando que desvios devem ser punidos, mas dentro do que chama de "duração razoável do processo". A declaração reacende o debate sobre a lentidão do Judiciário e sua interferência em temas sensíveis da política nacional.

Desde os tempos em que figuras do alto escalão político foram alcançadas pela Lava Jato — operação aclamada por grande parte da população por seu combate à corrupção — Gilmar adota um discurso que, na prática, enfraquece o ímpeto investigativo ao criticar o que considera abusos e "prorrogações sucessivas" sem provas robustas.

Em reunião com líderes partidários, o ministro, agora ex-decano da Corte, sugeriu uma “mudança de foco” no Parlamento. Em vez de enfrentar o ativismo do Supremo com pautas que visam limitar o poder da Corte — medidas com amplo apoio popular — Gilmar recomendou que o Congresso se volte a projetos “estruturantes”, como saúde, educação, segurança e meio ambiente.

A fala do magistrado soa como um recado direto ao Legislativo, que, cada vez mais pressionado pelas bases eleitorais, tem buscado formas de reagir à crescente interferência judicial em suas prerrogativas. Ao afirmar que insistir em pautas de contenção ao STF seria "desperdício de tempo e energia", Gilmar tenta blindar a Corte, justamente quando vozes da sociedade clamam por maior equilíbrio entre os Poderes e respeito à vontade popular.

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