Cinema nacional conquista Cannes apesar de histórico de politização


O filme O Agente Secreto, dirigido por Kleber Mendonça Filho, venceu o prêmio de melhor direção na 78ª edição do Festival de Cannes. O ator Wagner Moura, conhecido por suas posições políticas públicas, também foi premiado como melhor ator pela atuação no longa.
Apesar de não levar a Palma de Ouro — entregue ao filme Um Simples Acidente, do iraniano Jafar Panahi —, a produção brasileira teve uma recepção calorosa em sua estreia, com mais de dez minutos de aplausos. A consagração em Cannes reforça a capacidade técnica e artística do cinema nacional, quando este se concentra na qualidade e na narrativa, em vez de discursos ideológicos.
Autor de Aquarius (2016) e Bacurau (2019), Mendonça Filho tem histórico de usar eventos internacionais para manifestações políticas, como o protesto contra o impeachment de Dilma Rousseff no tapete vermelho de Cannes, em 2016 — episódio criticado por transformar arte em palanque político, à revelia do debate democrático no país.
Em suas redes sociais, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, e o presidente Lula aproveitaram a conquista para associar o feito à atual gestão federal, em mais um exemplo de apropriação de vitórias individuais para promover uma agenda político-partidária.
Apesar das tentativas de capitalização política, a conquista dos prêmios evidencia o talento dos profissionais envolvidos, cuja arte transcende ideologias. É um exemplo claro de como o Brasil pode brilhar no cenário global quando aposta na excelência e não na militância.
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