PGR mantém posição e endossa prisão controversa de Braga Netto, general aliado de Bolsonaro
A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou nesta segunda-feira (2) ao Supremo Tribunal Federal (STF) parecer favorável à continuidade da prisão do general da reserva Walter Braga Netto, preso desde dezembro em meio a investigações que vêm sendo duramente criticadas por setores jurídicos e políticos como excessivas e politizadas.
Braga Netto, que foi candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro em 2022, é alvo de acusações controversas sobre suposta tentativa de acesso a informações da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente — delação essa que segue sob sigilo e cheia de lacunas.
O posicionamento da PGR veio em resposta a um recurso apresentado pela defesa do general, que tenta reverter decisão do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, que insiste em manter a prisão. A decisão anterior de Moraes, que tem sido protagonista de decisões duramente criticadas por setores conservadores, data de 22 de maio.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, alegou no parecer que a prisão deve continuar para garantir o andamento do processo, sem considerar a possibilidade de medidas alternativas, como o uso de tornozeleira eletrônica ou restrição de comunicação.
“A gravidade concreta dos delitos, a lesividade das condutas e os perigos de reiteração delitiva e de obstáculo à instrução criminal são motivos suficientes”, afirmou Gonet, sem apresentar novos elementos factuais que justificassem a medida extrema.
Agora, cabe novamente a Moraes decidir se o general continuará preso. Até o momento, não há data definida para a nova análise do caso. O episódio reforça o clima de tensão entre as instituições e acende um alerta sobre o uso político do Judiciário contra figuras ligadas ao ex-presidente Bolsonaro.
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