Lula embarca para agenda simbólica na França enquanto Brasil enfrenta desafios internos


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou nesta quarta-feira (4) em Paris, dando início a mais uma viagem internacional repleta de pompas, cerimônias e intenções diplomáticas genéricas, desta vez a convite do presidente francês Emmanuel Macron.
Apesar da crise que afeta milhões de brasileiros – da segurança pública à estagnação econômica – Lula dá prioridade a compromissos como receber o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Paris 8 e uma homenagem na Academia Francesa, entidades conhecidas por seu viés ideológico progressista. Lula será apenas o segundo brasileiro homenageado pela instituição, repetindo um gesto antes concedido a Dom Pedro II – embora os méritos históricos sejam incomparáveis.
Segundo o próprio presidente, as conversas com Macron abordarão temas como o acordo União Europeia-Mercosul, conflitos no Oriente Médio e a guerra entre Rússia e Ucrânia. A visita também servirá para tratar da parceria estratégica envolvendo o submarino nuclear brasileiro, projeto que ainda desperta dúvidas sobre custo, cronograma e real benefício ao país.
Estão previstos 20 acordos bilaterais em áreas como vacinas, segurança pública e ciência e tecnologia. Contudo, críticos apontam que tais protocolos frequentemente resultam em burocracia e marketing político, sem impactos concretos na vida do cidadão comum.
Um dos pontos centrais da viagem será a divulgação de uma "nova declaração climática" entre Brasil e França, mais um gesto simbólico alinhado à agenda ambientalista internacional. O anúncio ocorre ao mesmo tempo em que o agronegócio brasileiro, motor da economia nacional, segue enfrentando pressões externas baseadas em critérios ambientais distantes da realidade produtiva do país.
A França, apesar de ser o terceiro maior investidor estrangeiro no Brasil, mantém políticas protecionistas contra produtos agrícolas brasileiros e tem se posicionado contra pontos centrais do acordo Mercosul-UE. Mesmo assim, o governo brasileiro segue buscando aproximações sem exigir reciprocidade.
Uma visita que privilegia a imagem do presidente no exterior, mas que oferece pouco ou nenhum retorno concreto para a população brasileira. O Brasil enfrenta hoje temas urgentes – segurança, emprego, infraestrutura – que parecem estar fora da prioridade presidencial.
Viagem extensa e custosa
A agenda de Lula inclui eventos em Paris, Toulon, Mônaco, Nice e Lyon. O roteiro inclui visitas a fóruns econômicos, instituições internacionais e encontros com autoridades locais, além de uma cerimônia que marca o reconhecimento do Brasil como país livre da febre aftosa sem vacinação – conquista atribuída majoritariamente ao trabalho do setor agropecuário e da iniciativa privada.
O presidente também irá à sede da Interpol, hoje sob comando de um brasileiro, e retorna ao Brasil apenas para sediar a Cúpula Brasil-Caribe. Depois disso, ainda cogita participar do G7 no Canadá, ampliando sua série de compromissos internacionais.
Diplomacia ideológica e pouca atenção ao Brasil real
A recorrência das viagens de Lula ao exterior, somada à ênfase em temas simbólicos e ideológicos, desperta críticas entre analistas que defendem uma política externa mais pragmática e voltada ao interesse nacional.
Enquanto isso, a inflação dos alimentos segue alta, o setor produtivo enfrenta insegurança jurídica, e o cidadão comum continua sem respostas reais para os desafios do dia a dia.
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