STF inicia interrogatórios de aliados de Bolsonaro em processo polêmico conduzido por Alexandre de Moraes


O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta segunda-feira (9), às 14h, mais uma etapa do processo controverso que investiga figuras-chave do governo Bolsonaro, incluindo o próprio ex-presidente, em uma ação que levanta questionamentos sobre imparcialidade e devido processo legal.
Durante cinco dias, o ministro Alexandre de Moraes — conhecido por sua atuação politicamente incisiva e por concentrar múltiplas investigações em suas mãos — irá conduzir os interrogatórios de oito réus acusados de suposta tentativa de impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva em 2022.
Entre os convocados estão o presidente Jair Bolsonaro, o general da reserva Walter Braga Netto, e outras autoridades das Forças Armadas e do governo, que compunham o chamado “núcleo 1” — grupo que, segundo a acusação, teria planejado um movimento para questionar o resultado das eleições. A maioria dos réus nega veementemente qualquer intenção golpista.
Os interrogatórios ocorrem na sala da Primeira Turma do STF e serão transmitidos ao vivo pela TV Justiça. O primeiro a ser ouvido será Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e autor de uma delação premiada que levantou suspeitas por seu conteúdo controverso e pelo contexto em que foi feita.
Ao longo da semana, os demais réus serão ouvidos em ordem alfabética, com exceção do general Braga Netto, que prestará depoimento por videoconferência. O militar da reserva está preso desde dezembro sob acusações ainda sem julgamento definitivo, numa prisão preventiva prolongada que já gera críticas de juristas e defensores das garantias constitucionais.
Confira a lista dos depoentes:
- Mauro Cid
- Alexandre Ramagem
- Almir Garnier
- Anderson Torres
- Augusto Heleno
- Jair Bolsonaro
- Paulo Sérgio Nogueira
- Walter Braga Netto
Os investigados enfrentam acusações graves — como tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado de Direito — baseadas majoritariamente em delações e interpretações do ministro relator. A defesa de vários réus argumenta que o processo tem viés político, atropela garantias constitucionais e criminaliza a oposição ao atual governo.
As oitivas serão acompanhadas pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, e pelas defesas, que também poderão fazer perguntas. Como prevê a Constituição, os réus têm o direito de permanecer em silêncio e não produzir provas contra si.
A previsão é de que o julgamento final ocorra no segundo semestre deste ano. Em caso de condenação, as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão — uma decisão que poderá marcar um dos capítulos mais tensos da história democrática recente do país.
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