Ex-ministro do Turismo no governo Bolsonaro é alvo de ação da PF sob decisão do STF


O ex-ministro do Turismo do governo Bolsonaro, Gilson Machado, foi preso na manhã desta sexta-feira (13) por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), em mais um episódio que reforça a escalada de ações polêmicas contra nomes ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A prisão ocorreu no Recife (PE), sob a alegação de que Machado teria auxiliado o ex-ajudante de ordens da Presidência, tenente-coronel Mauro Cid, a obter um passaporte português.
Apesar de o STF ter inicialmente autorizado também a prisão de Mauro Cid, a Corte voltou atrás de sua própria decisão momentos antes da ação da Polícia Federal (PF). Mesmo sem mandado de prisão vigente, Cid foi conduzido coercitivamente para prestar depoimento, o que levanta questionamentos sobre os limites da atuação da PF e a consistência jurídica das ordens.
A operação também incluiu mandados de busca e apreensão na residência de Cid, em Brasília. A Polícia Federal confirmou a realização dos procedimentos, mas não divulgou detalhes ou nomes, mantendo a tradicional blindagem de informações seletivas.
Gilson Machado é empresário do setor de turismo e figura conhecida por seu trabalho à frente da Embratur e do Ministério do Turismo durante o governo Bolsonaro. Defensor do turismo nacional, foi candidato ao Senado em 2022 e à prefeitura do Recife em 2024, ambas campanhas marcadas pela defesa dos valores conservadores. Além disso, ficou conhecido por participar das transmissões ao vivo com Bolsonaro, onde tocava sanfona — gesto que simbolizava sua conexão com a cultura nordestina.
O Partido Liberal (PL), legenda à qual Machado é filiado, afirmou estar acompanhando o caso com atenção e aguardando esclarecimentos. Já a Procuradoria-Geral da República (PGR), que solicitou ao STF a abertura de inquérito, informou que o caso segue em sigilo, impedindo a divulgação de informações que possibilitem uma defesa pública equilibrada por parte do ex-ministro.
A assessoria pessoal de Machado declarou que aguardará orientações de sua equipe jurídica antes de se manifestar. Seu filho, Gilson Filho, demonstrou solidariedade:
“Estou muito triste com isso. O meu pai é um exemplo para mim e me ensinou valores importantes como integridade e família. Nunca cometeu um crime em toda a sua vida. Honro esses ensinamentos e estarei junto dele e da minha mãe, apoiando meus pais neste momento.”
A prisão ocorre em meio a críticas crescentes de juristas e parlamentares sobre o uso político de instituições que deveriam agir com imparcialidade. A seletividade na aplicação da lei, sobretudo contra figuras ligadas ao governo anterior, acende o alerta para possíveis abusos de poder e fragilidade das garantias democráticas no Brasil.
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