Cícero Sandroni, jornalista e acadêmico da ABL, morre aos 90 anos no Rio

O jornalista, escritor e acadêmico Cícero Sandroni morreu na manhã desta terça-feira (17), aos 90 anos, no Rio de Janeiro. Membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), Sandroni faleceu em casa, vítima de um choque séptico decorrente de uma infecção urinária.

O velório será realizado nesta quarta-feira (18), a partir das 10h, na sede da ABL, no centro do Rio.

Natural de Guaxupé (MG), Sandroni iniciou os estudos em São Paulo e mudou-se com a família para o Rio em 1946. Formou-se em Comunicação Social pela PUC-Rio e construiu uma trajetória marcante no jornalismo brasileiro. Atuou em importantes redações, como as de O Globo, Tribuna da Imprensa, Correio da Manhã e Jornal do Brasil.

Em 1961, foi secretário de Imprensa da prefeitura do então Distrito Federal, tendo redigido a única mensagem oficial enviada ao Congresso pelo presidente Jânio Quadros. Dois anos depois, assumiu a presidência do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos (IAPM), cargo do qual foi afastado após o golpe militar de 1964.

Vencedor do Prêmio Esso de Jornalismo em 1974, Sandroni também ficou conhecido por sua defesa da democracia. Em 1976, participou do Manifesto dos Mil, movimento que reuniu intelectuais pela liberdade de expressão e pelo fim da censura durante a ditadura.

Na literatura, destacou-se com obras como O Diabo Só Chega ao Meio-Dia (1985), Cosme Velho (1999) e O Peixe de Amarna (2003). Em parceria com a esposa, Laura Constância Austregésilo de Athayde, escreveu O Século de um Liberal (1998), biografia de seu sogro, Austregésilo de Athayde, também imortal da ABL.

Eleito em junho de 2002 para a cadeira nº 6 da Academia, sucedendo Roberto Marinho, Sandroni tomou posse em agosto daquele ano, reforçando seu legado no cenário cultural e intelectual brasileiro.

Cícero Sandroni deixa a esposa e cinco filhos.

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