Moraes mantém acareação entre general Braga Netto e Mauro Cid, apesar de pedido da defesa
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta segunda-feira (17) o pedido de adiamento da acareação entre o general da reserva Braga Netto e o ex-ajudante de ordens da Presidência, Mauro Cid, marcada para a próxima terça-feira (24). A defesa do general solicitava a remarcação para sexta-feira (27), alegando a impossibilidade de participação do advogado principal, José Luis de Oliveira Lima, devido a compromisso internacional previamente agendado.
Mesmo diante da justificativa, Moraes considerou que a ausência do advogado principal poderia ser suprida pela presença de outros membros da banca de defesa. Segundo o ministro, o general está assistido por seis advogados, e outros já acompanharam diversas fases da instrução do processo.
A acareação foi determinada por Moraes em razão de divergências nas versões apresentadas por Braga Netto e Mauro Cid, que são réus na ação penal que investiga suposta trama golpista. A defesa do general, no entanto, reforça a necessidade do esclarecimento formal das acusações, que classificam como infundadas e baseadas em delações frágeis.
Entre os pontos questionados estão alegações de que Braga Netto teria participado de reuniões sobre um suposto plano intitulado "Punhal Verde e Amarelo", além da absurda acusação de que teria entregue dinheiro em uma sacola de vinho a Mauro Cid para repasse a militares.
Na semana passada, em depoimento ao próprio Moraes, o general negou veementemente qualquer envolvimento com esses temas. Ele refutou tanto a existência de um plano golpista quanto a entrega de qualquer quantia em dinheiro. O militar, respeitado por sua trajetória nas Forças Armadas, está preso desde dezembro, sob a acusação controversa de tentar interferir na investigação em curso — prisão que, segundo juristas, carece de fundamentos robustos e levanta preocupações sobre o uso político do Judiciário.
A condução do processo, com decisões monocráticas e sem o devido contraditório, tem despertado críticas de setores da sociedade que defendem o devido processo legal, o direito à ampla defesa e a imparcialidade dos tribunais. Para muitos, a insistência em manter a audiência mesmo sem o advogado principal é mais um indício da escalada de abusos que têm marcado episódios recentes no país.
Contribua com o jornalismo independente pelo PIX: CNPJ: 38.624.673/0001-95
Siga o Jornal O Republicano nas redes sociais:
Facebook: O Republicano | Facebook
Twitter: @_ORepublicano
Instagram: @_ORepublicano