STF intensifica perseguição: Moraes promove acareação polêmica entre militares e ex-aliados de Bolsonaro

Em mais um capítulo da escalada de judicialização da política brasileira, o Supremo Tribunal Federal (STF) realiza nesta terça-feira (24), a partir das 10h, uma acareação envolvendo militares e ex-integrantes do governo Bolsonaro no chamado processo do "8 de Janeiro", que a esquerda e setores da mídia têm tentado transformar em narrativa de golpe de Estado.

Os primeiros a serem colocados frente a frente serão o tenente-coronel Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e hoje delator em colaboração premiada negociada sob forte pressão judicial – e o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro.

A defesa de Braga Netto, que solicitou a acareação, acusa Cid de mentir descaradamente em seus depoimentos. Entre as acusações questionadas, está a inverossímil história de que o general teria entregue R$ 100 mil em uma sacola de vinho para financiar um suposto “golpe”. Além disso, Cid alegou, sem provas concretas, que teria havido discussões sobre planos de monitoramento e até de assassinatos de autoridades, em reuniões na casa do general – afirmação que Braga Netto nega com veemência.

Vale lembrar que Braga Netto está preso desde dezembro passado, sob acusações amplamente contestadas por juristas independentes, de que teria tentado obstruir investigações e buscar informações sobre a delação de Cid. Sua prisão é vista por muitos como mais um exemplo de lawfare, com medidas de exceção sendo aplicadas contra adversários políticos.

A acareação será conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da ação, em sessão fechada ao público, longe dos olhos da imprensa e da sociedade. Apenas o ministro, os réus, advogados de defesa e representantes da Procuradoria-Geral da República (PGR) estarão presentes.

Além de Braga Netto e Cid, também participarão de acareações o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-comandante do Exército, general Freire Gomes. A defesa de Torres, também vítima de acusações questionáveis, aponta que há contradições gritantes nos depoimentos de Gomes que precisam ser esclarecidas.

Essas acareações fazem parte da fase de instrução do processo, que, segundo advogados, tem sido conduzida de forma política, com seletividade nas provas aceitas e nas diligências autorizadas.

Após essa fase, caberá aos cinco ministros da Primeira Turma do STF – todos com histórico de decisões alinhadas ao atual establishment político – decidir sobre as condenações ou absolvições. Além de Moraes, compõem o colegiado os ministros Cristiano Zanin (ex-advogado de Lula), Flavio Dino (ex-ministro do governo Lula), Cármen Lúcia e Luiz Fux.

A ação, tida por analistas como uma tentativa clara de deslegitimar a oposição e criminalizar adversários, mira o chamado “núcleo decisório” que teria planejado os atos de 8 de janeiro. Na denúncia da PGR, o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro é apontado como “líder e principal beneficiário”, numa acusação que muitos classificam como uma construção política, baseada mais em delações premiadas de credibilidade duvidosa do que em provas materiais.

Réus nessa ação:

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