Multidão toma Avenida Paulista em ato por justiça, liberdade e pacificação nacional

Com a palavra de ordem “Justiça Já”, milhares de brasileiros vestiram verde e amarelo neste domingo (29) na Avenida Paulista, em São Paulo, para protestar contra o que consideram uma perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro e pedir anistia aos presos do 8 de janeiro.

Organizado pelo pastor Silas Malafaia, o evento reuniu importantes lideranças políticas, como os governadores Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG) e Jorginho Mello (SC), além do próprio Bolsonaro, ovacionado pelo público com gritos de “mito”.

O ato acontece em um momento delicado para a democracia brasileira: Bolsonaro é alvo de um processo no Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de liderar uma tentativa de golpe em 2022 — alegações sustentadas, principalmente, por delações do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, cuja legalidade e confiabilidade vêm sendo questionadas.

Povo nas ruas pede liberdade e respeito à Constituição

Ao lado do Parque Trianon, entre a Rua Peixoto Gomide e o MASP, manifestantes carregavam bandeiras do Brasil, dos Estados Unidos e de Israel, além de faixas pedindo a liberdade de presos políticos e o fim da perseguição judicial a conservadores.

Além das críticas ao STF, os participantes também protestaram contra medidas econômicas do atual governo, como o aumento do IOF e os escândalos de fraudes no INSS, revelados recentemente pela Polícia Federal.

Segundo dados do Monitor do Debate Político do Cebrap e da ONG More in Common, 12,4 mil pessoas estiveram presentes — número inferior ao do ato de 6 de abril, que levou quase 45 mil às ruas, mas ainda expressivo em um domingo de mobilização espontânea.

Bolsonaro pede renovação no Congresso para 2026

Em seu discurso, Bolsonaro pediu união da base conservadora para eleger pelo menos 50% do Congresso Nacional em 2026. Segundo ele, “se quisermos que o nosso time seja campeão, precisamos acreditar e investir”. Ele também defendeu a anistia aos envolvidos no 8 de janeiro e fez um apelo pela pacificação do país: “Liberdade para os inocentes do 8 de janeiro. A anistia está prevista na Constituição”, afirmou.

O governador Tarcísio de Freitas, muito aplaudido, criticou duramente a condução da economia e os escândalos do atual governo. “O Brasil não aguenta mais o gasto desenfreado, a corrupção e o juro alto. O Brasil não aguenta mais o PT”, afirmou, sendo seguido por gritos de “Volta, Bolsonaro”.

Moraes acelera julgamento de Bolsonaro com base em delação questionável

Dois dias antes do ato, o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito que investiga Bolsonaro no STF, deu início ao prazo de alegações finais da Ação Penal 2.668, que pode levar o ex-presidente e mais sete réus a julgamento.

A base principal da acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR) é a delação do tenente-coronel Mauro Cid. A defesa, no entanto, aponta inconsistências e pressões no processo de delação, levantando dúvidas sobre sua validade jurídica.

Os oito acusados são alvos de denúncias que somam penas superiores a 40 anos de prisão, em um processo que vem sendo criticado por juristas e lideranças políticas como um ataque ao Estado de Direito e à pluralidade democrática.

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