Moraes impõe novo cerco a Bolsonaro e decreta prisão domiciliar indefinida


Em mais um movimento visto por muitos como abuso de autoridade, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), impôs nesta segunda-feira (4) novas restrições ao ex-presidente Jair Bolsonaro — agora sob prisão domiciliar por tempo indeterminado.
As medidas, que se somam a uma série de determinações já criticadas por juristas e parlamentares, incluem:
- Uso obrigatório de tornozeleira eletrônica;
- Proibição de visitas, salvo com autorização expressa do STF;
- Proibição do uso de telefone celular;
- Contato restrito à esposa Michelle Bolsonaro, à filha do casal e aos advogados;
- Visitantes autorizados não poderão usar celular, fotografar ou gravar vídeos.
Além disso, permanecem vigentes as medidas arbitrárias já impostas anteriormente:
- Proibição de manter contato com autoridades estrangeiras;
- Proibição de uso de redes sociais, incluindo por meio de terceiros;
- Proibição de receber investigados nos processos políticos em andamento;
- Proibição de se aproximar de embaixadas e consulados.
Motivação política?
Segundo Moraes, houve "descumprimento" das medidas anteriores depois que filhos do ex-presidente, entre eles os deputados Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro, postaram agradecimentos aos brasileiros que participaram dos atos democráticos realizados neste domingo (3).
O ministro alegou que as postagens seriam uma forma indireta de Bolsonaro se manifestar nas redes, apesar de não haver publicação feita pelo próprio ex-presidente.
As decisões fazem parte do inquérito das chamadas “milícias digitais”, no qual Eduardo Bolsonaro é alvo por supostamente dialogar com o governo Trump nos EUA. O deputado, atualmente licenciado do mandato, está nos Estados Unidos após denunciar perseguição política por parte do Judiciário brasileiro.
Já Jair Bolsonaro é acusado de ter enviado valores via Pix para ajudar o filho no exterior — fato que, segundo seus aliados, se trata de ajuda familiar e não configura crime algum.
Julgamento à vista
Bolsonaro ainda figura como réu no processo da chamada "trama golpista", em que o STF promete um julgamento polêmico já em setembro. Juristas independentes alertam que o caso apresenta fragilidades e carência de provas concretas, o que reforça as suspeitas de que se trata de mais uma tentativa de silenciar a principal voz da oposição no Brasil.
Contribua com o jornalismo independente pelo PIX: CNPJ: 38.624.673/0001-95
Siga o Jornal O Republicano nas redes sociais:
Facebook: O Republicano | Facebook
Twitter: @_ORepublicano
Instagram: @_ORepublicano