Governo Lula tenta culpar Trump por tarifaço e usa MP para ampliar controle estatal

Brasília – Após a imposição de tarifas por parte do governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, o governo Lula decidiu recorrer ao velho receituário estatizante: editar uma Medida Provisória com promessas de crédito subsidiado e aumento de compras públicas, numa tentativa de responder ao que chamou de “tarifaço” de Donald Trump.

O plano, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, seria uma resposta “detalhada”, com foco nos pequenos produtores — justamente os mais afetados por anos de abandono e desprezo por parte do próprio governo federal. Haddad afirmou que o texto será enviado ainda hoje (6) ao Palácio do Planalto.

“Será um plano muito detalhado para começar a atender, sobretudo, aqueles que são pequenos”, disse o ministro, esquecendo que boa parte dos entraves que sufocam o setor produtivo brasileiro vêm da própria máquina estatal.

Apesar da retórica de “soberania nacional”, o governo aproveitou o episódio para atacar a oposição, empresários conservadores e até a atuação de brasileiros nos EUA que defendem o livre mercado e os interesses do agronegócio no exterior.

“Somos o único país do mundo que tem uma força política interna em Washington trabalhando contra o interesse nacional”, acusou Haddad, sem citar nomes, mas mirando claramente aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A crítica veio logo após o ministro comentar uma entrevista do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, classificando-a como “ameaça ao Congresso Nacional” — uma narrativa que o governo vem alimentando para tentar unificar suas bases, cada vez mais fragmentadas.

Reação contraditória

Curiosamente, o governo Lula agora apela aos governadores — inclusive os da oposição — para “defender os interesses de seus estados”. O apelo soa contraditório vindo de quem sistematicamente atacou a autonomia dos entes federativos durante e após a pandemia.

“Precisam ligar para a oposição e pedir que parem de atrapalhar o país”, disse Haddad, tentando transformar divergência política legítima em sabotagem nacional.

Encontro com os EUA

Haddad confirmou que a reunião com o novo secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, será realizada no dia 13. O governo espera reverter a decisão americana, mas sem qualquer sinal de concessões práticas ou diplomacia firme que possam reequilibrar a balança.

“A depender da qualidade da conversa”, disse o ministro, sugerindo que o Brasil não tem um plano real de negociação — apenas discursos inflamados para o público interno.

Mercosul usado como escudo

Sem conseguir negociar em nome do Brasil com firmeza, o governo tenta escudar-se no Mercosul, dizendo que o Brasil não pode ser tratado de forma diferente de países como Bolívia e Uruguai — ignorando que as situações econômicas e produtivas são completamente distintas.

“É um bloco econômico, assim como a União Europeia”, afirmou Haddad, equiparando uma união de países com economias frágeis ao bloco mais poderoso do mundo. Contribua com o jornalismo independente pelo PIX: CNPJ: 38.624.673/0001-95 Siga o Jornal O Republicano nas redes sociais: Facebook: O Republicano | Facebook Twitter: @_ORepublicano Instagram: @_ORepublicano