Congresso amanhece ocupado por conservadores que exigem respeito à Constituição

Brasília – Em um gesto de resistência pacífica e firmeza institucional, deputados e senadores da oposição — em sua maioria do Partido Liberal (PL) — passaram a madrugada desta quarta-feira (6) nos plenários da Câmara e do Senado, mantendo a ocupação das mesas diretoras como forma de protesto contra a mais recente ofensiva do Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

A medida de prisão domiciliar contra Bolsonaro, decretada na segunda-feira (4) pelo ministro Alexandre de Moraes, foi classificada por parlamentares como mais um capítulo de perseguição judicial e desequilíbrio institucional. Em resposta, a oposição se mobilizou para garantir que os anseios de milhões de brasileiros que apoiam o ex-presidente não sejam silenciados pelo autoritarismo de toga.

Às 6h da manhã, houve revezamento entre os parlamentares que passaram a noite no Congresso. A ocupação, embora pacífica, obrigou os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), a convocarem reuniões de líderes para decidir os próximos passos.

Clamor por anistia e impeachment de Moraes

Os oposicionistas exigem que avance no Legislativo a pauta da anistia geral e irrestrita aos condenados dos eventos de 8 de janeiro e, sobretudo, que se inicie o processo de impeachment de Alexandre de Moraes, acusado de extrapolar os limites constitucionais e perseguir adversários políticos.

Moraes é relator da ação que tenta incriminar Bolsonaro por suposta tentativa de interferência no processo eleitoral de 2022. As acusações, amplamente questionadas por juristas e negadas por Bolsonaro e aliados, incluem ainda alegações sem provas sobre planos de prisão de autoridades.

Flávio Bolsonaro protesta: “Estamos aqui pelo Brasil”

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que permaneceu no plenário do Senado durante a madrugada, destacou em suas redes sociais a importância do ato de resistência:

“Estamos aqui fazendo esse gesto de ocupar a mesa diretora para, finalmente, colocar em pauta o que é melhor para o Brasil.”

Flávio também lembrou que a perseguição a Bolsonaro tem impacto direto na economia brasileira, incluindo a manutenção de tarifas abusivas impostas pelos EUA a produtos brasileiros, algumas das quais atribuídas à animosidade entre governos motivada pelo processo judicial contra o ex-presidente.

Esquerda tenta distorcer protesto legítimo

Em contraponto, parlamentares da base do governo Lula, como Lindbergh Farias (PT-RJ), reagiram com agressividade, acusando a oposição de “chantagem” e comparando a ocupação às manifestações de 8 de janeiro. A fala do petista foi duramente criticada por deputados conservadores, que lembram que o verdadeiro golpe é calar a oposição e impedir o debate legislativo.

Pauta importante do IR usada como chantagem política

Lindbergh alegou que a ocupação atrasa a votação do projeto de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até dois salários mínimos. No entanto, parlamentares da oposição lembram que o governo Lula poderia ter enviado um projeto mais amplo e justo — como a proposta que isenta quem ganha até R$ 5 mil, defendida por setores liberais — mas preferiu uma medida provisória paliativa e eleitoreira.

Moderação nos discursos das presidências

Hugo Motta manteve postura conciliadora, afirmando que o Parlamento deve buscar o entendimento, sem condenar a oposição. Já Davi Alcolumbre classificou o ato como “inusitado”, mas sinalizou disposição para o diálogo, convocando líderes para que “o bom senso prevaleça”.

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