Governo corre atrás de prejuízo após tarifaço dos EUA atingir exportações brasileiras

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin se reúnem nesta segunda-feira (11) para tentar costurar, às pressas, um plano de contingência diante do duro golpe imposto pelo governo americano às exportações brasileiras. Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, determinou no fim de julho a elevação para 50% das tarifas sobre parte significativa das mercadorias enviadas pelo Brasil, medida que entrou em vigor no último dia 6. O tarifaço atinge 35,9% dos produtos exportados para o mercado norte-americano, cerca de 4% de tudo o que o país vende ao exterior.

Alckmin, que também comanda o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, é o responsável por negociar com autoridades norte-americanas e ouvir representantes do setor produtivo nacional. A promessa do governo é apresentar, até terça-feira (12), medidas emergenciais como linhas de crédito e aumento das compras governamentais, priorizando pequenos produtores que dependem das exportações para os EUA.

No entanto, empresários já criticam a lentidão e a falta de previsibilidade nas ações de Brasília, cobrando postura mais firme para defender o agro e a indústria nacional. Enquanto isso, cerca de 700 produtos brasileiros continuam com tarifa de 10%, entre eles suco e polpa de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes e aeronaves civis. O Planalto também tenta ampliar a lista de mercadorias fora do alcance do tarifaço de Trump, mas enfrenta resistência nas negociações.

Para muitos especialistas, o episódio expõe fragilidades da política externa lulista e reforça a necessidade de diversificar mercados, fortalecer acordos comerciais estratégicos e adotar postura menos ideológica nas relações internacionais.

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