Lula reforça aproximação com China em meio a retaliações comerciais dos EUA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a priorizar o alinhamento com a China em detrimento da aproximação com os Estados Unidos, em um momento de tensão comercial com Washington. Na noite de segunda-feira (11), Lula conversou por cerca de uma hora por telefone com o líder chinês Xi Jinping, buscando ampliar parcerias estratégicas.

Segundo a agência estatal chinesa Xinhua, Xi defendeu “unidade e autossuficiência” entre os países do chamado Sul Global e pediu oposição ao “unilateralismo e protecionismo” — termos frequentemente usados por Pequim contra políticas norte-americanas. Lula e Xi reafirmaram apoio mútuo no G20 e no Brics, blocos que a China utiliza para contrabalançar a influência dos EUA e da Europa.

A conversa ocorre dias após o presidente norte-americano Donald Trump elevar para 50% as tarifas contra 35,9% das exportações brasileiras, alegando retaliação a medidas do governo Lula que, segundo ele, prejudicariam empresas de tecnologia dos EUA, além de reações ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. As novas tarifas representam impacto sobre 4% das vendas externas do Brasil.

O Palácio do Planalto estuda um plano emergencial para socorrer setores atingidos, com linhas de crédito e aumento de compras governamentais — medidas que podem gerar custo adicional aos cofres públicos. Paralelamente, Lula afirma buscar novos mercados, mas mantém a dependência comercial da China, já responsável por grande parte das exportações brasileiras.

Além de temas geopolíticos, Lula tratou com Xi de questões pontuais como a venda de pés de frango para a China, após a retomada do status de país livre de gripe aviária. Pequim é o principal comprador de carne de frango brasileira, mas suspendeu importações diante de casos da doença.

Os dois líderes também discutiram a guerra entre Rússia e Ucrânia, com a China mantendo proximidade diplomática com Moscou. Lula convidou Xi para a COP30, prevista para novembro em Belém (PA), e ouviu a promessa de uma “delegação de alto nível” chinesa.

Críticos apontam que a crescente aproximação de Lula com Pequim e o discurso alinhado ao bloco de países emergentes podem afastar o Brasil de parceiros estratégicos no Ocidente, num momento em que a economia nacional sofre com novas barreiras comerciais.

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