VÍDEO: Engenheiro, que desenvolveu a urna eletrônica brasileira, diz que ela precisa ser aperfeiçoada: “Não existe sistema 100% seguro”

O engenheiro Carlos Rocha, que liderou o desenvolvimento da urna eletrônica brasileira nos anos 90, afirmou, em entrevista ao programa “Os Pingos nos Is”, da Jovem Pan, que o sistema utilizado no Brasil é bom e funciona, mas precisa, sim, ser aperfeiçoado.

Rocha deu sua opinião sobre a PEC para a impressão do voto eletrônico e sugeriu mudanças no sistema eleitoral brasileiro.

- O Brasil tem um bom sistema. A equipe do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) é boa. A urna eletrônica é boa. Mas, mas estamos aqui há 25 anos depois que esse projeto nasceu. Chega uma hora que a gente precisa aperfeiçoar o sistema - defendeu.

Para o engenheiro, imprimir a cédula do voto eletrônico é um bom instrumento de auditoria posterior. Mas, lembrou que a proposta traz em seu escopo outros desafios operacionais e que, na legislação brasileira, a impressão de um documento não dá validade jurídica a ele.

- Hoje, os votos são todos reunidos em um arquivo único, uma grande planilha. Isso era uma boa solução há 20 anos, mas, hoje, a tecnologia oferece a certificação eleitoral - explicou.
- A nossa recomendação é criar um documento eletrônico para cada voto. Com isso, será possível atender a todas as demandas que aqueles que defendem o voto auditável tem levantado - sugeriu.

Carlos Rocha afirmou que não existe sistema 100% seguro e ainda disse que a invasão ao sistema do TSE, em 2018, é grave e afeta a credibilidade, por mais que nenhuma fraude tenha sido comprovada.

- A urna eletrônica não permite a conexão pela internet, mas isso não quer dizer que ela não possa ser invadida - afirmou.
- O fato de que nunca houve fraude identificada não comprova em absoluto a segurança do sistema - completou, acrescentando que é preciso descentralizar o poder do TSE.
- Não podemos manter o poder absoluto de manipular os resultados da eleição com um pequeno grupo de técnicos do TSE. Eu não estou dizendo que houve fraude ou não porque não há ferramenta para rastrear tentativa de fraude, mas o poder absoluto e centralizado de manipular os resultados da eleição é grave. Se torna mais grave ainda quando nós temos um evento confirmado de invasão em todos os sistemas do Tribunal durante mais de 8 meses. Isso compromete a credibilidade - disse.
- A presidência do TSE precisa ouvir mais pessoas, além dos técnicos internos que ele tá ouvindo; porque, muitas vezes, ele fala com convicção assuntos que ele, claramente, desconhece o tema - finalizou.

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