“Em uma democracia, temos que aceitar todas as colocações”, afirma Ives Gandra sobre prisão de Roberto Jefferson

O jurista Ives Gandra, um dos mais famosos do Brasil, lamentou a prisão do ex-deputado federal e presidente do PTB, Roberto Jefferson, nesta sexa-feira (13).

Ele disse que a prisão por crime de opinião causa desconforto e insegurança no meio jurídico e que, em uma democracia, todas as declarações deveriam ser aceitas.

- É censura prévia. Aliás, o Procurador-Geral da República (PGR), claramente, que ele entende desta forma. Tenho muito receio que com essas decisões em que as manifestações, por mais tresloucadas que elas sejam, e eu não estou fazendo juízo de valor no que disse Roberto Jefferson, em uma democracia nós temos que aceitar todas as colocações - afirma o professor, escritor e membro da Academia Brasileira de Filosofia.

Ives Gandra Martins afirma que, mesmo admirando Moraes, considera que a atitude dele foi equivocada, ao ignorar parecer da PGR, se opondo à prisão do ex-parlamentar. Augusto Aras informou que houve manifestação no tempo oportuno, rebatendo a alegação do ministro em dizer que o órgão não havia se posicionado.

O professor de Direito disse que é preciso garantir a liberdade de expressão e aceitar todas as opiniões e que o posicionamento do Supremo fragiliza a democracia brasileira.

- As menos agressivas, as mais agressivas, na medida em que, não havendo armas, atentados contra a democracia; mas, apenas maneiras de pensar, não pode haver. Nós lutamos pela redemocratização para que tivéssemos a possibilidade de ampla expressão - recordou.

Pouco antes de ser preso, Roberto Jefferson encaminhou áudio para familiares e amigos no qual disse:

- Quando ele (Moraes) abre um inquérito contra o presidente da República, contra o ministro da Justiça e o delegado da PF, ele perdeu o respeito a tudo. Perdeu o respeito a tudo e o respeito a todos. Uma ruptura mesmo da ordem constitucional. O Supremo está repetindo no Brasil o que fez na Venezuela, o que fez na Argentina, o que fez no Chile. É igualzinho, é o mesmo caminho. O Supremo, comprado pela China, colocou a China no poder. É o mensalão chinês, comprando políticos e os ministros da Suprema Corte - afirmou.

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